O gênero Bidens apresenta duas espécies comumente encontradas no Brasil, Bidens pilosa e Bidens subalternans, plantas anuais que se reproduzem por semente. Suas populações têm grande diversidade genética, o que confere plasticidade fenotípica, tanto no indivíduo, principalmente com relação às épocas de florescimento e frutificação, como na população, com o desenvolvimento de sub-populações resistentes aos herbicidas inibidores da enzima ALS (Acetolactato sintase). Com isso, o picão-preto é planta invasora desde ambientes de olericultura até pastagens mal manejadas. Essa plasticidade a torna uma das plantas daninhas com maiores densidades populacionais, em culturas agrícolas no Brasil. Bidens pilosa tem caule ereto, liso ou levemente piloso, de cor verde, podendo apresentar manchas vermelhas. As folhas têm margens serrilhadas e pilosidade variável. A flor tem pétalas brancas. Os frutos são aquênios de coloração negra fosca com pequenas protuberâncias de onde se originam pêlos; numa das extremidades, há aristas duras, bem abertas, pontiagudas, geralmente em número de três, essenciais para a dispersão da espécie. Bidens subalternans tem características bastante semelhantes à Bidens pilosa, diferenciando-se principalmente pelas seguintes características: número de aristas nos aquênios (frutos), predominantemente quatro, sem protuberâncias e com pêlos somente no ápice; flores com lígulas de cor amarela ou creme; base sem ramificações; ramos alternados a partir de certo ponto na haste principal. Uma terceira espécie, Bidens alba também pode ser encontrada, especialmente na região litorânea. Diferencia-se por possuir frutos com predominância de duas aristas e grandes lígulas brancas.